Category:Capela de Nossa Senhora do Pilar (Casa de Infias)

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Português: No lado direito do terreiro de entrada a Casa de Vale Flores, encontra-se a Capela de Nossa Senhora do Pilar que foi dedicada ao bispo de Elvas, Dom Alexandre da Silva por sua irmã Dona Natália da Silva, que depois a doou à Irmandade de Santa Cruz.

João Borges Pereira Pacheco, a avaliar pela data que se encontra na lápide sobre a porta principal, no lado do largo de Infias, e que reza :

“DESTA CAPELA DE NOSSA / SENHORA DO PILAR HÉ PA /

DROEIRO JOÃO BORGES PE / REYRA PACHECO FIDALGO

DA / CAZA DE SUA MAGESTADE / CAVALEIRO PROFESSO

DA / ORDE DE CHRISTO. 1687

fica-se a saber que foi nesta data que fez a aquisição deste pequeno templo, por compra, à Irmandade de Santa Cruz, ficando, portanto, integrado no conjunto da casa senhorial.

O padroeiro, que assim ficou possuidor da Capela, e em quem por sua ascendência, era “de jure” (com razão) o foro de fidalguia da Casa Real, mandou-a restaurar, tendo então requerido ao arcebispo Dom Luís de Sousa o necessário consentimento para de novo a benzer e nela celebrar os ofícios divinos, consentimento logo permitido.

Digno de apreço é o altar-mor entalhado em madeira nobre, apresenta nas suas edículas um conjunto de figuras, num bom trabalho de talha, como que executando qualquer melodia religiosa em instrumentos do século XVII.

Albano Belino, cita em “Arqueologia Christã”, editado em 1900, um quadro na parede sul, pintado a óleo que representa o martírio do padre jesuíta, irmão de Dona Ana Borges Pacheco, avó do referido João Borges, o padroeiro da capela como sabemos, o qual tem a seguinte inscrição: O Padre Francisco Pacheco, filho de Garcia Lopes Pacheco e de Maria Borges de Mesquita da vila de Ponte de Lima, provincial da Companhia de Jesus em Japão onde foi martirizado queimado vivo com Francisco Valente em Mangassa a 21 de Julho de 1628.

O comprador da capela, repousa em túmulo de pedra, ao lado num arco sólio, aberto na parede que faceja com a rua de Inf. 8. Nele estão inscritos os seguintes dizeres: “Sepvltvra de Joam Borges Pererey / ra Pacheco Fidalgo da Caza de / Sua Magestade Cavaleyro / Professo na Ordem de Christo / Anno de 1687.

Aliada á Casa Nobre de Vale de Flores e sua capela, corre uma verdade ou uma lenda conhecida pela LENDA DA LÍNGUA.

Na Casa de Vale Flores, vivia uma familiar, menina de raros encantos, bonita como uma rosa, prendada, que era requestada por muitos gentis-homens, incluindo um seu parente de Ponte de Lima. Ela, talvez, porque já tivesse atribuído o seu coração, a um bem amado, sempre repudiou os novos pretendentes à sua mão, desaconselhando-os.

Não levou a bem o seu parente a rejeição e, como vingança resolveu difamá-la nos bons costumes. Nesse tempo, uma rapariga sobre quem caísse semelhante pecado era como se morresse, a família cobria-se de luto e a infeliz criatura encerrava-se em casa e jamais saía à rua.

Ora a prendada menina assim injustamente difamada, com o seu desgosto, passou os restantes dias da vida, encerrando-se e rezando fervorosamente na capela da Casa à Nossa Senhora do Pilar.

Os anos foram decorrendo e o parente abalou para Índia, onde se manteve por largos anos. Muito tempo decorreu, as poucas cãs passaram-lhe a emoldurar a cabeça e como a saúde principiou a fugir-lhe com a velhice, resolve voltar ao seu ninho paterno de Ponte do Lima, mas a sua má acção, o seu arrependimento tinha que ser absolvido para seu sossego, e então ao chegar a Braga, à Se, a um Cónego, confessa o seu crime. E o bom clérigo deu-lhe como pena para salvar a sua alma, que teria que velar durante uma noite o primeiro cadáver que encontrasse no seu caminho. E assim ao passar por Infias, notou que a Pedra de Armas da Casa onde morava a sua amada, estava coberta de pano negro.

Parou à porta e, apresentando-se com abundante barba, de bordão, chapéu e capa, como peregrino a Santiago de Compostela, perguntou qual a razão do luto naquela casa. O porteiro respondeu-lhe que uma senhora da casa, velhinha, tinha morrido, que era uma santa e que por um grande desgosto que em nova lhe haviam provocado, passava desde há muitos anos na Capela da casa, a orar pedindo a Deus perdoasse o difamante que ela já lhe tinha perdoado. O Peregrino pelo seu trajar e como era habitual os senhores darem sempre o seu apoio aos que se dirigiam a Santiago, facilmente os convenceu que a sua intenção que fazia parte da sua promessa era VELAR UM CADÁVER, por uma noite. Aceite o peregrino, viu ali o seu castigo e na Capela, passou a noite. De manhã, quando se abriu a porta para se procederem aos ofícios fúnebres, viram, surpresos, que junto ao cadáver da defunta estava o peregrino exangue, morto, com a língua arrancada na mão e na parede, em letras marcadas com sangue a legenda

COM ESTA LÍNGUA TE DIFAMEI, COM ELA ARRANCADA, ME MATEI

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