File:Prova de Fogo (filme) (2068945035).jpg

From Wikimedia Commons, the free media repository
Jump to navigation Jump to search

Original file(682 × 1,000 pixels, file size: 635 KB, MIME type: image/jpeg)

Captions

Captions

Add a one-line explanation of what this file represents

Summary

[edit]
Description

"O Vinho e a Poesia - ou uma viagem etílica pelo erotismo poético"

                                                                       de Fernando Sales Lopes

Ninguém sabe quando, e o­nde, o vinho apareceu pela primeira vez para prazer dos homens, como não se sabe quando é que as palavras se transformaram pela primeira vez em poema.

Talvez no mesmo dia, no mesmo sítio e à mesma hora. Quando o homem ao provar o néctar, soltou palavras que o transcendiam como se fossem palavras dos deuses.

Quando os seus pensamentos subiram até às moradas impenetráveis. Aos mundos até então, inacessíveis a esse homem cabisbaixo, olhando o chão, escondendo-se quando o sol se punha. A esse homem Isolado, triste, amedrontado. Animal e só animal!

Então, o milagre aconteceu, e bebendo pelas próprias mãos da seiva divina, ergueu os olhos para os céus, partiu para as estrelas falou com a Lua e disse Amor! E outras coisas incompreensíveis para aqueles que ainda não tinham provado da fonte dos sonhos.Amor, num linguarejar qualquer, em qualquer vale ou montanha, nas estepes, ou nos desertos, à beira dos rios, no infinito dos oceanos!

E o animal fez-se Homem!

A vinha! O Vinho e a Vida! Leia-se, diga-se vida como sinónimo de poesia, e eis a trindade imanente da terra, do sol, do espírito!O homem completo. O homem que sonha rompendo as fronteiras do Universo. Sem limites, sem empecilhos morais, ou outros que tais.E o poema nasce, cresce, vive-se ama-se, percorre o corpo, debilitando corações, em cérebros toldados, inebriados por Baco, Dionísio, e todos os deuses e deusas de todos os olimpos da Terra.

Afrodite, Vénus, à frente deste desfile. Eros!

O Mundo, pois, que viu nascer o elixir do amor, da palavra feita poema. Venham daí os poetas! Dizei-nos do Vinho e do Amor:

(?) Beija-me na boca oh meu amado porque os teus beijos são melhores que o vinho

(?) A tua mão esquerda sob a minha cabeça A tua mão direita nos meus seios

Quem seria este poeta sem nome que da Terra Prometida, deixou registado no Cântico dos Cânticos, esta maravilha: O Vinho na gradação do prazer?

Ou, este outro um anónimo, também, que no Egipto em estranhos hieróglifos, colocou na boca dela, as palavras a seu amado:

O teu amor penetra o meu corpo Como o vinho a água Quando a água e o vinho se misturam

E é a água e o vinho, ainda, e mais uma vez a hipérbole de Anacreonte que na Grécia semeia o poema, como uma resposta:

Traz a água e o vinho e coroas De flores que agora com Eros Me debato?

De novo amo e já não amo Deliro e não deliro Estou louco e não estou louco

Mas se o vinho nos abre mais ao Amor e se transforma em Vénus, é ele também que nos mantém jovens, pelo menos Ovídio, na antiga Roma, a ele lhe atribui eterna juventude e elixir de êxtases:

(?) O vinho torna os corações receptivos ao amor Com as libações frequentes desvanecem-se as rugas da fronte e as dores (?) Baco repele os artifícios Os corações dos jovens deixam-se cativar pela beleza Depois do vinho Vénus é fogo sobre fogo

Fogo que arde sem se ver, e fogo que nos faz ler pensamentos, adivinhar desejos e intenções:

(?)Dizem-me: ?Não bebas mais, Khayam!" Eu respondo: ?Ao beberouço o que me dizem as rosas as túlipas e os jasmins Escuto mesmocc aquilo que a minha amada não me pode dizer?

É persa este poema, de Omar Khayam.

E um saltinho à Península Ibérica, mais propriamente a Andaluzia, o­nde Abu-Al-Walid Ismail Bem Muhammad, escreveu, talvez para uma escrava que o terá deixado escravo, como o nosso épico disse ter ficado de Bárbara. Ouçamo-lo, com o Guadalquivir e o alaúde em fundo?

(?) Quando ofereces aos convivas Como o copeiro que serve taças em redor O vinho das tuas maçãs do rosto Não hesito em bebê-lo

Porque a este vinho o fazem generoso Os olhos dos que te fazem ruborizar Enquanto ao outro o fazem generoso Os pés dos vindimadores

Da China a definição das Virtudes, na métrica perfeita da quantificação da felicidade e da conquista do Mundo.

Assim escreveu o velho Mestre Li Bai:

(?) Incomparáveis as virtudes do vinho Puro ou terno como os homens e o seu coração Com três copos conquistamos a felicidade Mais três copos: temos o universo na mão

Do Lago mediterrânico à China.

Do Cântico dos Cânticos à Lua Cheia de Y. K. Centeno. Para terminarmos esta viagem pelo Vinho e a Poesia, em Portugal:

Dá-me vinho meu amor dá-me vinho vinho pela tua boca

deita-me junto ao rio abraça-me contra a terra abraça-me dentro de água

mas dá-me vinho dá-me sem parar hoje quero ser tua

da maneira mais louca
Date
Source Prova de Vinhos
Author José Goulão from Lisbon, Portugal

Licensing

[edit]
w:en:Creative Commons
attribution share alike
This file is licensed under the Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic license.
You are free:
  • to share – to copy, distribute and transmit the work
  • to remix – to adapt the work
Under the following conditions:
  • attribution – You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes were made. You may do so in any reasonable manner, but not in any way that suggests the licensor endorses you or your use.
  • share alike – If you remix, transform, or build upon the material, you must distribute your contributions under the same or compatible license as the original.
This image, originally posted to Flickr, was reviewed on March 31, 2008 by the administrator or reviewer File Upload Bot (Magnus Manske), who confirmed that it was available on Flickr under the stated license on that date.

File history

Click on a date/time to view the file as it appeared at that time.

Date/TimeThumbnailDimensionsUserComment
current19:55, 31 March 2008Thumbnail for version as of 19:55, 31 March 2008682 × 1,000 (635 KB)File Upload Bot (Magnus Manske) (talk | contribs) {{Information |Description= "O Vinho e a Poesia - ou uma viagem etílica pelo erotismo poético" de Fernando Sales Lopes Ninguém sabe quando, e o­nde, o vinho apareceu

There are no pages that use this file.

Metadata