File:Palácio de Monserrate - Sintra - Portugal (8422061362).jpg

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Description

O actual Palácio de Monserrate, mandado construir por Francis Cook, sob projecto do arquitecto inglês James Knowles Jr., entre 1860 e 1863, corresponde, em termos planimétricos e, parcialmente, em termos volumétricos, a um outro palácio que o primeiro arrendatário da Quinta, Gerard Devisme, aí mandara construir em 1791.

O primeiro palácio de Devisme, rico comerciante e contratador do monopólio do pau-brasil no tempo do Marquês de Pombal, era um edifício simples constituído por uma estrutura de corpo central mais elevado que se ligava a duas torres cilíndricas nas extremidades.

O seu vocabulário estético, inspirado no gothic revival inglês, contrastava, de certa forma, com o programa neo-clássico do palácio que Devisme tinha feito erguer em Lisboa e onde residia a maior parte do ano. Isto é natural, uma vez que « (…) em Inglaterra as duas correntes nasceram simultaneamente, em meados de Setecentos, e este súbdito inglês não fez mais do que seguir a dicotomia do gosto da sua pátria» (França, 1991:176). Este vocabulário seguia uma fórmula assaz simples, resumindo-se ao coroamento ameado de toda a estrutura e ao ogival das aberturas - razão porque Beckford referia ter sido desenhado por um carpinteiro de Plymouth (França, 1991: 176) e Travassos o denominava de «castelo antigo» (Travassos, 1864:245). As dúvidas quanto à autoria do projecto, todavia, persistem ainda hoje, apesar de alguns historiadores o atribuírem ao arquitecto inglês William Eldsen (autor da Sala dos Reis da Abadia de Santa Maria de Alcobaça) (Anacleto, 1994: 185-7).

O segundo projecto, hoje existente, confirma a feição inglesa de arquitectura de paisagem que Devisme atribuíra ao edifício no final do século XVIII, Beckford confirmara, e agora Francis Cook de novo acentuava, acrescentando-lhe um extenso e exótico jardim. Mas este novo projecto, encomendado em 1858, ainda que se tenha distanciado de uma ambição desmedida de exclusivismo goth concretiza unia linguagem estética diferente que oscila entre sugestões góticas, indianas e mouriscas. Em 1866, Vilhena Barbosa relatava que o palácio tinha sido embelezado, na fachada exterior, com colunas de mármore, janelas góticas com múltiplos relevos e graciosas cúpulas. O elemento ordenador deste ecletismo discreto é, todavia, claramente o vocabulário estético de raiz indiana: o recorte dos arcos, mas sobretudo as cimalhas bastante avançadas, os quatro pequenos minaretes que coroam o corpo central e as coberturas bulbosas que Liberge identificava, em 1910, como sendo de estilo hindu.

O arquitecto James Knowles Jr. - se concretizou um novo formulário estético exterior que se prolonga por todo o interior, ainda no princípio do século XX, abrigava «móveis riquíssimos: espelhos de Veneza, tapetes persas, vasos do Japão, loiça de Saxe e de Sèvres, móveis da Índia, urna cadeira de espaldar em tartaruga, de marfim e de ébano que se pensa ter pertencido a um Doge de Veneza, e uma imagem de Santo António feita em Roma pelo escultor Baldini» —, aproveitou no entanto o que restava da estrutura anterior. Manteve as dimensões da planta do palácio de Devisme, acrescentando-lhe uma pequena galilé no torreão Este e uma outra, mais vasta, voltada a Sul, sobre o grande parque. Estabelecia, assim, a importância destas duas fachadas enquanto locais privilegiados e nobres de entrada e de contemplação da natureza que o palácio anterior (na verdade mais uma casa de campo do que um palácio apesar do seu coroamento ameado) não tivera.

A planta do Palácio ordena-se em torno de uma galeria interior que liga os dois torreões e é interrompida a meio por um átrio hexagonal que estabelece por sua vez a ligação com as fachadas Norte e Sul. Segundo uma planta do palácio de Devisme desenhada por Beckford em 1793 (Costa, 1985: 19), o átrio já existia mas não ainda um corredor definido. E sobretudo neste vasto corredor - a meio pontuado por uma fonte - que se nota uma clara influência da espacialidade interior e da estética da arquitectura mourisca da Andaluzia: uma sucessão de arcos ultrapassados sobre colunas, preenchidos por handeiras decoradas de arabescos talhadas num fino lavor da pedra. Todavia, as arcarias, colunas e capitéis do átrio, evidenciam já uma influência de arquivoltas e vegetalismos de cariz goticizante.

Obviamente uma arquitectura de referência estrangeira, Monserrate não deixou contudo de suscitar — até pela ampla divulgação que teve em gravuras - a imaginação de arquitectos portugueses. Se por um lado permaneceu, na sua dimensão indianista, enquanto referência isolada, o seu mourisco erudito, contudo, ainda que não tenha atingido paralelo, constituiu marco quase arqueológico nos caminhos futuros do revivalismo neo-árabe da arquitectura portuguesa, a par, claro, de uma outra construção que lhe era anterior em poucos anos: a Quinta do Relógio.

Objecto fundamental do romantismo de Sintra, inserida numa grande «linha anglo-saxónica de Devisme a Beckford» (França, l981:369), Monserrate permanece o «mais rico exemplo das possibilidades cenográficas da casa de campo de Sintra (..) e sugere um certo gosto orientalizante que se desenvolve de maneira irregular em Lisboa até ao fim do século XIX» (França, 1991: 377-8). <a href="http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=3390" rel="nofollow">www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=3390</a>

In 1858, Francis Cook hired James Knowels Jr. to design the pavilion that he wished to build in Monserrate. The architect, however, faced several limitations, since he had to restrict himself to the structures of DeVisme’s old neo-gothic mansion. Nevertheless, Knowels designed an original and very eclectic building. The facades of the three structures have gothic doors and windows.

Inside, the decorative exuberance of the plasterwork and the capitals emphasise the building’s oriental character. The superb gardens that surround the Palace were designed by Stockdale and Thomas Gargill, who, taking advantage of the Mountain’s micro-climate, created a magnificent park where one can still see more than 3 thousand exotic species. <a href="http://www.cm-sintra.pt/Destaques.aspx?ID=33" rel="nofollow">www.cm-sintra.pt/Destaques.aspx?ID=33</a>

<a href="http://loc.alize.us/#/flickr:8422061362" rel="nofollow">See where this picture was taken.</a> <a href="https://www.flickr.com/groups/geotagging/discuss/72157594165549916/">[?]</a>
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Source Palácio de Monserrate - Sintra - Portugal
Author Vitor Oliveira from Torres Vedras, PORTUGAL
Camera location38° 47′ 38.94″ N, 9° 25′ 14.78″ W Kartographer map based on OpenStreetMap.View this and other nearby images on: OpenStreetMapinfo

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13 May 2019

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