File:Oficiais de Caçadores 12, aguarela, 1846 (c.), Museu da Quinta das Cruzes, Funchal - Image 59843.jpg

Oficiais de Caçadores 12.

Aguarela, 1846 (c.).
Álbum de Emily Genevieve Smith (1816-1877).
Museu da Quinta das Cruzes

Conjunto de três oficiais do batalhão de Caçadores 12, em princípio, dois em uniforme de gala e outro, em uniforme de passeio, força que veio para a Madeira somente em julho de 1864. Esta força foi destacada para o Funchal segundo o plano publicado a 23 de junho desse ano, substituindo o anterior batalhão de Caçadores 5, embora saísse, depois, para Tomar, em dezembro de 1869, sendo substituída, de novo, pelo batalhão de caçadores nº 5, mas regressando no seguinte ano de 1870 e, pela organização militar de 30 de novembro de 1884, passou a regimento. O patim de acesso à calçada existente ao longo da antiga parada do quartel, no entanto, ostenta a data de 1881, que deve ser indicativo do ano em que foi executada, tendo depois o passadiço a indicação de Batalhão de Caçadores n.º 27 e a data de 1 de outubro de 1899, embora a ordem de passagem a essa designação tenha sido disposta pelo decreto de 14 de setembro desse ano e, a sua chegada ao Funchal, tenha sido a 9 de outubro e não a 1, como se escreveu.
Os uniformes de Caçadores 5 e 12 eram muito semelhantes, castanhos, com dolmem com alamares e longa faixa vermelha, sendo a distinção feita pelo número colocado na barretina, modelo de 1834, mas não sendo visível o número nesta aguarela. A interpretação de se tratarem de oficiais de Caçadores 12, no entanto, atende à forma do penacho, a partir de 1834 oblongo e que só passa a quase esférico entre 1848 a 1850. As anteriores forças de Caçadores 6, entre 1847 e 1852, tal como as de Caçadores 5, só pontualmente no Funchal, em princípio, não teriam vindo assim com o último penacho esférico.
Integrando um álbum de Emily Geneviéve Smith, que esteve na Madeira entre 1841 e 1843, e confirmando-se que se tratam de oficiais de Caçadores 12, pois que na época em que esta autora esteve no Funchal, a guarnição do quartel do Colégio era do regimento de Infantaria 11, que ali esteve entre 1837 e 1847, deduz-se que esta senhora manteve depois correspondência com os seus antigos colegas de pintura na Ilha. No Funchal, efetivamente, integrara um grupo com o aguarelista Andrew Picken (1815-1845), havendo aguarelas no seu álbum de vários autores e, inclusivamente, copiadas de uns por outros, o que era hábito nestes grupos à época.

Bibliografia: BRANCO, P. S. (2000), Coberturas Militares Portuguesas, 1740-1918, Lisboa, Inapa; CARITA, R. (1987), “Andrew Picken e a Madeira”, in revista Atlântico, nº 10, Funchal, pp. 109-110; Ib. (2008), História da Madeira, VII Volume, O Longo Século XIX: Do Liberalismo à República. A Monarquia Constitucional (1834-1910), Funchal, SREC; RODRIGUES, A. K., (2009), “Emily Geneviéve Smith”, in Obras de Referência dos Museus da Madeira, catálogo de exposição na Galeria de Pintura de D. Luís, Palácio Nacional da Ajuda (n.º 155-156, pp. 356-359), Lisboa; RODRIGUES, M. A. R. (1999), 300 Anos de Uniformes Militares do Exército de Portugal, 1660-1960, Lisboa, Exército Português e SHIP; SILVA, F. A. da e MENESES, C. A. de (1998), ?Guarnição Militar?, in Elucidário Madeirense, Vol. II, Funchal, SRTC, pp. 105-106;