File:Igreja do Convento de São Francisco - em Arraiolos 02.jpg
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[edit]DescriptionIgreja do Convento de São Francisco - em Arraiolos 02.jpg |
Português: Convento de São Francisco e cemitério anexo - igreja em Arraiolos, Portugal
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Date | |||
Source | Own work | ||
Author | Soaanita |
Situado no Outeiro de São Romão, que depois ficou conhecido por Outeiro de São Francisco, este convento da Província da Terceira Ordem da Penitência de São Francisco, sobranceiro à vila, muito contribuiu para o desenvolvimento da malha urbana de Arraiolos, constituindo um dos poucos novos eixos de desenvolvimento definidos no século XVII (CARREIRA, 1995). A fundação do convento ocorreu em 1612, datando ainda desse mesmo ano as licenças necessárias, do Duque de Bragança, D. Teodósio II, senhor de Arraiolos, e o arcebispo de Évora, D. José de Melo. O acórdão camarário, onde a autarquia justifica a oposição à edificação do convento no Rossio, disponibilizando o referido Outeiro, é de 3 de Janeiro do ano seguinte. As obras tiveram início em data próxima a estas licenças, mas prolongaram-se durante muitos anos, sendo que os terrenos correspondentes à cerca apenas entraram na posse dos religiosos em 1637 (IDEM, p.110). A primeira fase, que privilegiou a igreja e os dormitórios, estaria concluída em 1633. Seguiram-se outras, cujo alcance é difícil de determinar, principalmente porque todas estas estruturas desapareceram já. Em 1697, com o provinçal Frei Manuel de S. José encontramos nova campanha de obras, a que se seguiram outras, em 1718 com Frei José da Conceição, e em 1721 com Frei Manuel de S. João Baptista. Sabe-se que, a partir desta data, os recursos diminuíram bastante e não se voltaram a realizar mais obras, ficando a estrutura construída muito aquém do projecto original, possivelmente, apenas pela metade (IDEM, p.111). Mais tarde, e já depois do Terramoto de 1755, houve nova tentativa de ampliar o convento, ou terminar o primeiro projecto. Todavia, tal não foi além dos fundamentos do refeitório, edificados em 1780 por iniciativa de Frei José Mayne (IDEM). Antes disto, houve ainda a ampliação do templo, com a construção da capela dos terceiros seculares e respectiva casa do despacho, autorizada em 1730. Já no século XIX, Arraiolos acolheu os religiosos do convento de Vimieiro (em decadência e com reduzido número de religiosos), e de Setúbal, estes últimos fugindo ao duque da Terceira, em 1833. Com a Extinção das Ordens Religiosas em 1834, a igreja ficou desocupada, tendo sido entregue à Ordem Terceira secular. O convento e a cerca acabaram por ser vendidos a um particular, em 1840, e três anos mais tarde adquiridos pela Câmara, que utilizou o claustro para cemitério municipal. Já as dependências conventuais sofreram pior sorte: ocupadas pelas tropas do general Schwalback, entre 1846 e 1847, as instalações sofreram uma degradação profunda e acelerada, que obrigou à sua demolição pela autarquia, em 1865 (ESPANCA, 1975). A igreja que hoje conhecemos remonta à primeira campanha identificada, estando concluída, ao que tudo indica, em 1633. De grandes dimensões, desenvolve-se em planta longitudinal, com nave rectangular, cruzeiro coberto por cúpula de secção octogonal, e capela-mor quadrada. No exterior, a fachada principal é definida por pilastras nos cunhais, encimadas por fachos piriformes. Ao centro, abre-se o portal, de verga recta, em mármore de Estremoz, a que se sobrepõe a janela do coro, de linhas igualmente rectas, e, já no espaço que corresponde à empena, um óculo. Do lado do Evangelho, ergue-se a sineira. Todo o edifício é caracterizado por uma arquitectura simples e despojada, própria da tradição franciscana. No interior, ganha especial importância o retábulo-mor, de talha dourada e polícroma, executado no final do século XVII, mas com acrescentos rococós do final da centúria seguinte (IDEM). Na tribuna, destaca-se a imagem de São Francisco, em barro, contemporânea do retábulo. Os panos murários exibem frescos com cenas do Velho Testamento. Na nave, algumas das capelas desapareceram, e algum equipamento foi retirado e transferido para outros locais (IDEM). As campas no pavimento do cruzeiro pertenceram, originalmente, à igreja de Santa Maria, encontrando-se aqui desde 1775, por ordem do Bispo. (RC)
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