File:Antero de Quental' Portrait (1889) - Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) (35956752802).jpg

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Museu Nacional de Arte Contemporânea, MNAC, (Museu do Chiado), Lisbon, Portugal

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BIOGRAPHY

A sua formação artística desenvolveu-se num ambiente familiar, entre os estudos de pintura holandesa e flamenga, exigidos pelo pai, o artista Manuel Maria Bordalo Pinheiro e o contacto com o realismo, sob influência do seu irmão mais velho, Rafael Bordalo Pinheiro. Aluno pouco assíduo da Academia de Belas-Artes de Lisboa, Columbano estreou-se nas exposições da Sociedade Promotora das Belas-Artes com pequenos quadros de género, na década de 70. Em 1880 obtém o pensionato particular da Condessa d’Edla para uma estada em Paris, depois de ser preterido em dois concursos do Estado. Antes de partir, realiza um conjunto de pinturas, importantes pela observação crítica e irónica de ambientes burgueses portugueses e realiza, já em Paris, Concerto de Amadores, obra intimista de grandes dimensões, recusada no salão da Promotora de 1883 e mal entendida por uma crítica artisticamente pouco preparada. Em Lisboa, regista a camaradagem do Grupo do Leão, 1885, num grande retrato colectivo, centrado na figura do mestre da geração naturalista, Silva Porto. Realiza várias decorações em palacetes particulares, como o Valenças, Museu de Artilharia e sala dos Passos Perdidos da Assembleia da República, onde regista, em vastos painéis, um interessante conjunto de políticos contemporâneos que associa a figuras marcantes da História de Portugal. Dedica-se preferencialmente ao retrato de amigos e familiares, nos anos 80, numa paleta de tonalidades claras, que posteriormente escurece, nos retratos de intelectuais portugueses, já na viragem do século, numa característica pintura em mancha e tonalidades, terminando numa obsessiva preocupação pelo tratamento da luz que desmaterializa a figura. Pioneiro do realismo, as suas obras referenciam artistas como Velázquez, Rembrandt, Manet, Degas, Courbet, Fantin-Latour. Amigo de Sargent, próximo da estética do alemão Leibl, Columbano constrói uma original modernidade.

Maria Aires Silveira

SOURCE MNAC

ABOUT THE WORK

O Retrato de Antero de Quental encerra e inicia uma nova fase na obra de Columbano Bordalo Pinheiro. Os valores matéricos diluíram-se e o fundo escureceu completamente, o que permite realçar uma interioridade e um valor simbolizante ao retratado, aspectos de que os seus retratos estavam arredados, mais preocupados que estavam com a superfície e a construção pela mancha, num esquema reportável ao pré-impressionismo. A representação da carnação é subtilmente vaga de forma a deixar transparecer a estrutura óssea do crânio, sugerida pelas narinas descarnadas, as maçãs do rosto salientes e os olhos fitos e encovados nas órbitas, bordejadas pelas arcadas supraciliares proeminentes. Também o cabelo, reduzido a uma ligeira mancha transparente, prolonga a testa aclarada por uma luz vertical e esbranquiçada que melhor contribui para revelar o crânio como símbolo da morte, que Columbano parece ter pressentido no rosto do poeta, que daí a dois anos se suicidaria. Um subtil sfumato contribui para a desmaterialização da figura. Os próprios contornos do busto misturam-se com a sombra do fundo numa indefinição de limites generalizada. O rosto, sem o tradicional contraponto luminoso das mãos, transforma-se na vizinhança de uma essencialidade intuída e revelada pela luz imaterial. A figura de Antero de Quental, só por si símbolo de uma geração, mais o suicídio posterior vieram dar a esta pintura um valor histórico que a transcende como simples retrato e a projecta como emblema de um discurso, quer da obra posterior de Columbano, quer da situação cultural representada pelo retrato. E este aspecto iria ocupar uma parte muito significativa da produção do artista na década seguinte. Pese embora a gravidade do retrato, o facto é que Columbano conta, numa das suas cartas, que enquanto pintou Antero, este lhe pareceu sempre “calmo, delicado, afável. Nenhuma tragédia transparecia na sua máscara alegre quase. Por isso foi para mim um acontecimento inesperado a notícia do seu suicídio. E bastante tempo em meu cérebro labutou esse desgosto”. Se a pintura parece indicar o contrário e a maioria das leituras tende a interpretar o retrato como uma antecipação do trágico destino de Antero, então talvez seja pertinente considerar como os novos horizontes da pintura de Columbano – o tenebrismo espanhol associado a um simbolismo híbrido –, ainda que voluntariamente autónomos da esfera das relações socioculturais do curso histórico, se estruturavam num quadro geral onde os processos de significação esbarravam com esse mesmo horizonte histórico intransponível e que, no fundo, os produzia.

Pedro Lapa

SOURCE: MNAC

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Source Antero de Quental' Portrait (1889) - Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929)
Author Pedro Ribeiro Simões from Lisboa, Portugal
Camera location38° 42′ 31.94″ N, 9° 08′ 28.6″ W Kartographer map based on OpenStreetMap.View this and other nearby images on: OpenStreetMapinfo

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17 October 2020

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