File:ALTAR CATHOLIC CHURCH - Igreja da Madre de Deus Mosteiro da Madre de Deus Museu Nacional do Azulejo (49856062362).jpg

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Lisboa, Penha de França, Portugal

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Arquitectura religiosa, manuelina, maneirista, barroca e revivalista neomanuelina.

Mosteiro feminino, de Clarissas Xabreganas, adaptado a um percurso museológico, de fundação manuelina, de que restam alguns elementos, como a torre sineira e respectiva decoração e revestimento de azulejos do coruchéu de uma segunda torre, com reforma maneirista, dando origem a uma igreja de planta longitudinal simples, com nave, pequeno cruzeiro e capela-mor de pequenas dimensões.

Antecedida por coros, com amplo claustro adossado ao lado esquerdo, quadrado e de dois pisos, o inferior composto por arcadas e coberturas em abóbada de aresta, sendo o superior arquitravado e suportado por pequenas colunas toscanas, com cobertura de madeira.

A igreja recebeu decoração barroca, tendo cobertura de masseira na nave, com caixotões pintados, em abóbada na capela-mor, com elementos de talha e em falsa cúpula no cruzeiro, com retábulos de talha joanina e rococó, tendo, nas paredes, azulejos figurativos, azuis e brancos, encimados por telas pintadas com molduras de talha.

No lado da Epístola, o púlpito, rococó, com profusa decoração e acesso pelo interior do muro, a partir da nave, surgindo, no lado oposto, a tribuna real, com decoração de talha rococó.

No lado do Evangelho, a sacristia, com arcaz de duplo espaldar, o inferior mais sóbrio e o superior rococó. Os coros são profusamente ornados por azulejo e talha, destacando-se o do segundo piso, com cadeiral de pau santo, dois altares laterais e telas pintadas, envolvidas por talha joanina.

A fachada principal é neomanuelina, com portal flanqueado por colunelos e rematado em arco canopial e cogulhos, solução que se repete de forma mais simples nas janelas.
Também o claustro de menores dimensões é deste estilo, rectangular, com arcos trilobados no piso inferior e arcos mainelados no superior, rematados por platibanda vazada e com profusa decoração de elementos vegetalistas e cordiformes; têm coberturas em abóbada de aresta no piso inferior e em tecto plano no superior. 

As demais fachadas são simples, rasgadas por janelas rectilíneas, surgindo, ao nível do terceiro piso, óculos circulares, construídos durante o séc. 20.

Mosteiro feminino, de fundação régia, pela rainha D. Leonor, que se fez sepultar no local, em campa rasa, o qual recebeu várias benesses e doações ao longo do tempo, ganhando uma riqueza decorativa, em parte espoliada no séc. 19, com a venda e remoção de peças para os palácios reais e para o Museu Nacional de Arte Antiga.

O exterior apresenta-se bastante amplo, apesar de truncado, pela cedência de uma ala à Casa Pia, com alguns panos de feição simples, mantendo o esquema da sua construção inicial, rasgado por janelas rectilíneas e rematadas em platibanda, surgindo, na zona dos coros, igreja, capela-mor e sacristia, uma profusa decoração dos vãos, com elementos neomanuelinos, onde se distinguem os colunelos com pequenos capitéis fitomórficos, os arcos canopiais, os cogulhos e os perfis lobulados, que alterou o carácter maneirista do edifício, com portal simples, rematado por frontão e tabela, segundo os esquemas de Vignola, e com janelas rectilíneas, em capialço, como se verifica em gravuras anteriores ao restauro oitocentista.

A igreja apresenta um esquema pouco comum nos conventos femininos, com um cruzeiro coberto por falsa cúpula, definido por arcos nos quatro lados, flanqueados por arcos de menores dimensões, formando um falso motivo serliano. Este espaço, os coros e sacristia distinguem-se pela profusão decorativa de azulejo, português e holandês, e pintura portuguesa, todos com cariz catequético, os primeiros mostrando os exemplos de santos eremitas ou de grandes heroínas do Antigo Testamento, surgindo, nas telas, cenas da vida de Cristo, de Maria, de Santa Clara e São Francisco, surgindo, no arco triunfal, a glorificação da Virgem, com a sua Assunção.

Contudo, a reaplicação de azulejos vindos de outros conventos ou o seccionamento de outros na Igreja, alterou profundamente o íntimo diálogo entre a arquitectura e aquele revestimento, o mesmo sucedendo com as telas do coro-baixo.

A talha é maioritariamente joanina, com retábulos de planta recta, côncava ou convexa, com colunas torsas ou salomónicas e profusa decoração de acantos, baldaquinos, drapeados, festões, anjos de vulto e querubins, revelando uma forte unidade estilística, especialmente na igreja, pois foram executados pelo mesmo mestre; no conjunto, destaca-se o púlpito, com o seu remate e mísula decorada por enrolamentos, parecendo pairar sobre uma glória, seguindo uma gravura de Filippo Passarini, publicada em Roma, em 1698.

O retábulo-mor é rococó, executado após a ruína provocada pelo terramoto de 1755, de planta convexa e colunas ornadas por falsas espiras fitomórficas, rematando em espaldar curvo e fragmentos de frontão, que mantêm anjos de vulto. 

O coro-alto distingue-se pela profusão de pintura e, especialmente, pelo enorme tabernáculo, de talha dourada, com colunas torsas e inúmeras figuras estofadas, onde se distinguem as três Virtudes Cardeais, Deus Pai, anjos de vulto e as armas régias, sendo o primeiro elemento que as freiras visualizavam ao entrar no coro-alto, rodeado por relicários, o tesouro das religiosas.

Os retábulos joaninos e o relicário do coro-alto revelam, como característica especial do artista, a capacidade de dar à madeira o aspecto de bronze dourado, o que é novidade para a época nos relevos decorativos.

O ante-coro é constituído por uma capela, dedicada a Santo António, com azulejo e pintura alusivo ao orago, para a qual abre a Sala do Presépio. Este evidencia o trabalho de vários artistas, apresentando uma qualidade de tratamento algo desigual, algumas delas com afinidades com peças de terracota de uma Via-sacra, actualmente numa capela do Mosteiro de Santos-o-Novo. 

As cenas bíblicas são em maior número que o comum, surgindo um ciclo completo da vida de Cristo desde o Nascimento até ao Baptismo.

As imagens dos cortejos, mais exóticas, possuem traje próximo da cultura índia brasileira. O modelo de algumas figuras repete-se em vários grupos que se integram no torrão.

Facto interessante e curioso é a importação de alguns modelos, como o traje de alguns camponeses, com camisas tipicamente italianas e a presença de uma galinha paduana, que pertence a uma espécie criada para fins meramente decorativos, num esquema semelhante ao do presépio da Capela de Nossa Senhora do Monte (v. PT031106160047).

O claustro é bastante simples, não revelando a solução que o arquitecto Diogo Torralva viria a desenvolver no Convento de Cristo, em Tomar, mas terá a ver com a simplicidade exigida pela Ordem, especialmente nas zonas de clausura, onde dominam os elementos arquitectónicos toscanos, sendo marcado por duas ordens de contrafortes. O claustrim, a zona mais antiga do convento, foi todo remodelado, evidenciando características neomanuelinas, onde se distinguem, nos capitéis, elementos inovadores, como um comboio a vapor, sendo o azulejo também colocado no séc. 19 e proveniente de outro espaço conventual. 

De destacar, ainda, uma capela anexa ao coro-baixo, com tecto de alfarje. Junto a esta, situa-se a Sala de D. Manuel, a qual poderá ter correspondido à primitiva igreja.

Número IPA Antigo: PT031106410009

Paula Noé 1990 / 1996

IPA.00002547

SOURCE: <a href="http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/sipa.aspx?id=2547" rel="noreferrer nofollow">www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/sipa.aspx?id=2547</a>
Date
Source ALTAR CATHOLIC CHURCH - Igreja da Madre de Deus / Mosteiro da Madre de Deus / Museu Nacional do Azulejo
Author Pedro Ribeiro Simões from Lisboa, Portugal
Camera location38° 43′ 29.74″ N, 9° 06′ 48.53″ W Kartographer map based on OpenStreetMap.View this and other nearby images on: OpenStreetMapinfo

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